Cansaços II
Nunca fui de viver um dia de cada vez. Gosto de me sentir definida, embora saiba que as coisas se alteram e modificam, ora porque a vida assim o quer, ora porque as coisas não sempre tão lineares.
Não coloco um peso nisto, nem se trata de ter tudo controlado. Acho que simplesmente preciso saber o que sou, para quem sou, onde estou e para onde vou. Ainda que as coisas corram de feição ou não, eu só preciso saber o que sou no meio do acontecimento.
Travo uma batalha há anos e começo a sentir cansaço a ponto de ter medo de ser injusta. Na verdade, quando existe um rompimento seja de amor ou de amizade ou lá que for e se tenta recomeçar, nada volta a ser igual. É o que sinto.
Sei que alguém precisa de mim e conta comigo mas o problema é perceber que ela não tem caminho por onde seguir porque não sabe dela, não sabe o que quer nem para onde vai. E deixa-se levar. E eu pergunto-me que faço aqui. Tento acreditar que tenho força para levar o barco junto com ela mas nem sequer sei se ela tem coragem de remar. E estou cansada. E não tenho tanta paciência. Porque já houve uma história, um afastamento e muitas desilusões.
Penso que, neste momento, a culpa é minha. Eu é que não me sinto confortavel com a situação e não decido sair de vez. Somos duas pessoas muito amigas e gostamos muito uma da outra mas às vezes isso não chega. Começa a tirar-me a paz e eu sinto que não tenho vontade de dar mais porque simplesmente houve partes de mim que apagaram e foram apagadas por ela.
Ela começa a sentir e assusta-me porque já nem sequer me importo. Sinto-me cansada do morno, do " é o que temos".
Tão isto, tão sem sabor, tão indefenido.
( Quero agradecer á equipa Sapo pelo meu destaque de ontem do post e rubrica Um café com Maribel
muiro, mas muito obrigado )