Na aridez desse caminho
Há momentos em que a caminhada tem que ser feita sozinho.
Os amigos estão lá, a verdade está lá mas a caminhada, a passagem pelo inferno é feita a sós com todas as nossas dores e lágrimas. É passar pelo deserto com o sol a pique e sem sequer saber quanto mais caminho há para andar. Os pés já queimam mas também não faz diferença porque não importa. Doem tanto que já nem doem. O anoitecer é o melhor que se tira dessa passagem. Porque a escuridão da noite combina com a escuridão da alma.
É um caminho sozinho. Não é solitude. É solidão mesmo. É dor. São medos, são angústias e incertezas. Não se sabe se há alguma coisa além disto e caso haja, onde e quando?
E porquê? Como se faz quando não se encontra o porquê? Qual o motivo. O que é para retirar disto?
Não há cajado, não há trouxa, não há agua. Só há a pouca força que resta para caminhar e tentar não desistir de encontrar a paz interior numa ilha chamada lembrança.