Sobre 2021
Aprendi a chorar sem lágrimas, fui embora de uma amizade e descobri que nesse momento tive o maior ato de coragem e a maior prova de amor dada a mim mesma. Doeu-me horrores, causou-me danos emocionais.
Descobri que todo e qualquer tipo de relacionamento é muito mais complexo do que se possa imaginar e que a única pessoa que devemos colocar no pedestal somos nós mesmos. Aprendi a gerir as minhas angústias e desesperos e senti o quanto isso me impulsionou para um crescimento interior brutal. Entendi que eu e só eu serei sempre gentil o necessário para me acrescentar. Gosto muito da Cafeína de hoje e de todas as outras Cafeínas deixadas lá atrás.
Aprendi que o sofrimento, após o seu dano, nos permite voltar a sonhar e a reeencontrarmo-nos connosco mesmos, fiz planos, mudei de vida, comecei a poupar mais dinheiro, aconselhei os meus filhos como se fosse muito velhinha e olhei para o cafeína-men como aquele que está lá sempre.
Consegui o emprego que tanto queria, aprendi a não discutir mas, em vez disso, levantar a sobrancelha e olhar nos olhos para mostrar o meu desagrado. Tornei-me mais livre, mais idependente, mais próxima dos meus filhos e neste momento tenho projetos em mãos.
Em vez de um copo de vinho, bebo dois ou três, os que me apetecer desde que não me perca de mim, rio à mesa, não faço grandes fretes e se me chatearem muito levanto o dedo do meio. Por fim, e ao fim de tantos anos (tenho 37) aprendi que não conseguimos mudar ninguém nem meter nada na cabeça de quem quer que seja (palmas para mim que doeu mas cheguei lá ) restando-nos sair da mesa de jogo e a saber sair de cena na hora certa.
Chorei de raiva, de dor, magoaram-me muito, exigiram de mim o que não conseguia dar mas libertei-me de tudo isso e olhei mais vezes para mim própria. Disse "amo-te" aos meus filhos vezes sem conta e dei-me ao luxo de me amar.
Não foi um ano fácil mas foi um bom ano