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Doce Cafeína

Doce Cafeína

24
Set21

Maturidade

Cafeína

Quando eu tento falar e explicar o meu ponto de vista mas a pessoa que me deve ouvir não me deixa fazê-lo, remeto-me ao meu silêncio. Sempre tive dificuldade em perceber porque é que alguém passa por cima da conversa do outro. Chateia-me e percebo de imediato que não devo gastar ali a minha energia.

Ontem, houve um "debate" no local de trabalho entre três pessoas mas só uma é que se ouvia porque não dava hipóteses a mais ninguém de falar. Estava eu a observar aquilo e senti que ninguém mais ia ser francamente ouvido. Como eu fazia parte dessas três pessoas, calei-me, levantei-me e retirei-me.

Quando regressei fui surpreendida por um pedido de desculpas do qual não estava á espera e então percebi que o meu silêncio disse por mim o que eu julava ser preciso verbalizar.

 Ficou tudo muito tranquilo e resolvido e senti ter chegado ao auge da minha maturidade.

22
Jul21

Silêncios

Cafeína

Sou uma pessoa que precisa de muitos momentos de silêncio e muitas são as vezes que faço parar o tempo para me encontrar comigo mesma, junto do mar.

E confesso que os meus parâmetros interiores não são todos de acordo com os parâmetros estipulados pela sociedade. Sinto que sou a ovelha negra de um rebanho enorme. 

E hoje estou aqui para partilhar algo que tenho sentido com frequência nestes ultimos tempos: a necessidade em deixar ir.

Ainda me separam uns poucos anos dos meus 40 anos mas sinto uma necessidade enorme de me manter equilibrada com o meu Eu Superior e com o Universo. Talvez seja comum a todas as pessoas mas... eu sinto que me faz falta começar a deixar ir e até sair de cena. Deixar a ir a dor, a mágoa, aquela pessoa que não chove nem molha seja em que medida for. Porque tudo o que não nos acrescenta e nos força a querer manter faz peso e é necessário simplesmente deixar ir. 

Dou por mim a ouvir longos desabafos disto e daquilo e permanecer em silêncio sobre todos eles, não porque não saiba o que falar mas porque me desgasta e o silêncio nunca me deixa mal. E eu prefiro retirar-me sabendo que estou em paz e que nada me aborrece ou estraga o dia. 

Sinto necessidade da prática do desapego. Sinto necessidade de paz. A palavra é essa mesmo: Paz. 

Não se chega a esta conclusão de um dia para o outro, chega-se a esta conclusão quando a determinada altura do caminho se observa a sola dos nossos sapatos e já só vimos os pés, porque a sola, essa já foi. Gastou-se.

Então decidi sentar-me e olhar para dentro de mim e agora não me apetece forçar nada, manter nada, ir atrás de nada. 

Estou a descansar à beira da estrada e a estudar as minunciosidades do meu caminho. Preciso saber que terras irei pisar para comprar um novo par de sapatos.

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