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Doce Cafeína

Doce Cafeína

04
Out21

Fim do fim

Cafeína

Quando vivemos determinadas situações na nossa vida, daquelas que se arrastam e nos fazem sentir encurralados em caixas de cartão, como um peixe em aquário redondo acompanhados de sentimentos incapacitantes e degradantes temos que ter força e tentar ser generosos connosco mesmos. Nem sempre estamos prontos para sair das situações no exato momento em que elas nos machucam. E como crianças que olham o mundo com o encanto da primeira vez, deixamo-nos ir neste degredo interior e psicologico até que nos deparamos com a falta do EU.

E a partir daí se inicia um caminho de retorno ao jardim da nossa alma, de reencontro com o nosso EU que por credibilidade,amor, dedicação (e não temos que nos sentir culpados por nos entregarmos sem defesas) deixámos de lado. Ao longo do caminho, perdem-se as forças, as certezas e levantam-se questões de nós para nós e são essas as mais dificeis e complexas de responder. Acompanha-nos o cansaço e vamo-nos segurando a paredes de compaixão momentânea porque não era suposto matar-nos para viver para outro. Como foi que isto nos aconteceu?

O fim estava sempre á frente. Estava presente, sentido, declarado e caminhando connosco. O fim tornou-se o nosso guia. Porque tinha de ser. Indepedentemente das razões, das circunstâncias. Matámo-nos a cada desconfiança, a cada mentira descoberta ou a cada vez que se fingia acreditar piamente no que era dito. Mataste-me. E não foi da maneira mais fácil. Fui dilacerada a serrote bem devagarinho e a longo prazo numa dor constante e numa noção de fragilidade de que tudo em volta causava no peito, nesse peito que de tanto me arder deixei de sentir.

E no meio do caos, dei a machadada final.

Doeu mas foi uma dor rápida, momentânea e a curto prazo. 

Que não se adiem os fins.

09
Set21

Silêncio

Cafeína

Gosto do silêncio.

Gosto do que ele me diz e faz. Talvez seja a intensidade da sua voz... a voz do silêncio.

E gosto de me retirar do mundo por breves instantes porque ás vezes fico muito cansada do "tens que fazer, tens que dizer, tem de ser". E depois... depois a luz apaga, a cidade dorme, o interior reage. 

E ainda há o tempo... Ah! o tempo... esse que afinal nada cura mas torna distante as dores de outrora. Que é companheiro do silêncio mas que anda num passo muito mais apressado fazendo questão de não olhar para trás nem esperar que "fiques bem". 

Que se faz com isto? 

Com isto cresce-se, feridas vão e cicatrizes ficam. Ciclos terminam e ciclos começam...

E a vida segue, o silêncio urge, o sorriso começa a ficar entre parentesis e a alma evolui .

09
Set21

Silêncio

Cafeína

Gosto do silêncio.

Gosto do que ele me diz e faz. Talvez seja a intensidade da sua voz... a voz do silêncio.

E gosto de me retirar do mundo por breves instantes porque ás vezes fico muito cansada do "tens que fazer, tens que dizer, tem de ser". E depois... depois a luz apaga, a cidade dorme, o interior reage. 

E ainda há o tempo... Ah! o tempo... esse que afinal nada cura mas torna distante as dores de outrora. Que é companheiro do silêncio mas que anda num passo muito mais apressado fazendo questão de não olhar para trás nem esperar que "fiques bem". 

Que se faz com isto? 

Com isto cresce-se, feridas vão e cicatrizes ficam. Ciclos terminam e ciclos começam...

E a vida segue, o silêncio urge, o sorriso começa a ficar entre parentesis e a alma evolui .

10
Ago21

Feridas

Cafeína

Certa vez, em conversa com uma amiga, disse-lhe que comparo certas feridas da alma a uma situação que vivi:

Fiz o caminho a pé até Fátima por quatro anos consecutivos. Recordo que no primeiro ano fiz imensas bolhas nos pés, que eram diáriamente cosidas com uma linha e agulha por uma senhora muito doce que integrava no grupo de peregrinos. Seriam seis dias a caminhar. No terceiro dia, as dores eram tantas que tive receio de não conseguir e ter que desistir mas a minha força de vontade em chegar era muita que com o passar do tempo eu nem sentia mais as dores de tanta dor que eu tinha. E consegui chegar a Fátima. 

Certas feridas da alma são assim. Doem tanto que de tanto mexer acabam por nao doer mais.

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