Corte e costura
Estou sentada em frente ao computador, no meu local de trabalho, sossegada e em silêncio enquanto oiço as conversas de carcacácá que me rodeiam e expremem o cérebro como quem torce o pano da loiça depois de a limpar o lava-loiça.
Desde as velhinhas que deviam estar em casa mas jogam nas raspadinhas e não deviam, à quarentona que vai para o bingo em Troia e dorme por lá, já ouvi de tudo um pouco.
Partilhei convosco que ando numa fase de maior recolhimento e reflexão interior e poderia dar ao de barato por achar que nem ando grande sainete e tal mas não. Tem sido por demais. As vozes entram pelo meu cérebro e já sei a cor das cuecas do fulano que vive em frente a uma das colegas...
A vida tem me ensinado a ficar sossegadinha quando o tsunami está a caminho para depois apanhar os cacos e recomeçar e por aqui tenho aprendido a trabalhar a paciência, que também é uma virtude...