A vida tem-me mostrado várias maneiras de conhecer as pessoas.

Quando me conheci de verdade e percebi os limites da minha tolerância comecei a trabalhar o silêncio. Não por medo do que eu possa dizer mas por saber que aquilo que poderá sair naquele momento fará de mim alguém mais frio e duro. Porque perdi a consideração pelos "mi mi mis".

Não sou fria, nem durona mas gostava de o ser.

Sou uma pessoa,  que até se sentir minimamente à vontade, permaneço retraída e acanhada. O que não faz de mim boba nem mole. 

É apenas um mecanismo de defesa. 

Já saí magoada ao perceber atitudes e reacções quando as pessoas acham que não consigo reagir. O silêncio é uma arma poderosa na análise de carácter.

Como ontem alguém me dizia: " Tu és um livro mas só permites que cheguem à segunda folha".

Fez-me pensar e fez-me todo o sentido.

Vou refletir no assunto.

Faleceu Sara Tavares.

Uma das vozes que ao cantar me embalava numa melodiosa almofada de sonhos, quer pelo doce timbre da sua voz, quer pela autenticidade da sua presença em palco.

Não sabia da sua doença e ontem ao saber da notícia senti-me quase defraudada, como se eu tivesse que ser notificada pela proximidade da sua partida. Não gosto de muitos dramas e encanta-me a vida e a maneira como cada pessoa dança com ela. Mas eu não esperava.

Daquelas pessoas que no dia a dia não nos lembramos mas que temos como "nossas" e que agora canta e embala num outro plano tão mais cheio de luz e paz.

Onde quer que esteja que continue a chamar a música.

Bom dia!

Após uma longa pausa, estou de volta.

Tive saudades e sinto muita vontade de escrever. Espero que se encontrem todos bem.

Vou colocar as leituras em dia 

Beijinhos